HomeExtensão & InovaçãoXII Conferência Científica partilha resultados de investigação focado nas mudanças climáticas

XII Conferência Científica partilha resultados de investigação focado nas mudanças climáticas

A Universidade Eduardo Mondlane realiza desde ontem (19/09) a XII Conferência Científica, evento que visa a apresentação dos resultados da investigação realizada por docentes, investigadores e estudantes desta instituição e de outras instituições nacionais e internacionais. Nesta edição, o evento dedica-se à reflexão sobre a adaptação sustentável às mudanças climáticas, como mecanismo de compreensão e busca de alternativas científicas locais de mitigação dos efeitos deste fenómeno que afecta o mundo em geral e Moçambique em particular. Abrange todas as áreas científicas que contribuem para o desenvolvimento sustentável.

A decorrer sob lema “Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas”, a Conferência consiste em sessões plenárias, sessões temáticas, mesas redondas e simpósios organizados pelas Faculdades, Escolas e Centros da UEM.
Falando na cerimónia de abertura, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Doutor Daniel Nivagara, disse que as mudanças climáticas afiguram-se um problema ambiental que põem em causa o desenvolvimento humano ao nível global, afectando, de forma mais severa, os países menos desenvolvidos, à imagem do nosso que, apesar de terem uma menor responsabilidade histórica na génese e no agravamento desta problemática, são igualmente aqueles que se encontram em situação mais desfavorável para responder, adaptar-se e mitigar os efeitos dessas mudanças, incorrendo-se, entre outros aspectos, à exacerbação das assimetrias de desenvolvimento entre os demais países.
Afirmou que a escolha do lema, “Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas”, demonstra o interesse da UEM em prosseguir novas abordagens, tendo a sociedade como o destinatário directo do produto resultante das pesquisas aplicadas, desenvolvidas pelos investigadores.
“O lema desta conferência sugere o compromisso da UEM em prover soluções para os desafios reais do país, enquanto materializa o seu Plano Estratégico e no contexto da Visão de se transformar em Universidade de Investigação. Se, por um lado, ao nível mais global o Acordo de París de 2015, sobre o clima, e a Agenda 2030, sobre o desenvolvimento sustentável, são dois instrumentos bastante importantes, por outro lado, pelas razões anteriormente apontadas, torna-se imprescindível e necessária uma cogitação ao nível local que atenda às necessidades específicas de cada país”, disse.
De acordo com o Ministro, pela sua localização geográfica, Moçambique está propenso à uma série de desafios que advêm das transformações extremas que têm vindo a decorrer no mundo ao nível do clima, sendo bastante vulnerável aos seus efeitos. Por isso, o País assumiu uma série de compromissos relativos à esta matéria, de entre os quais a integração das mudanças climáticas nas políticas, estratégias e planos de desenvolvimento socioeconómico e transferência de tecnologias de adaptação e mitigação.
“No quadro dos esforços governamentais mencionados, atendendo que as alterações climáticas colocam em causa o desenvolvimento do país e o alcance dos obtectivos de desenvolvimento sustentáveis, com a presente conferência o Governo de Moçambique desafia a UEM, enquanto centro de excelência académica e de permanente reflexão, a contribuir com o seu saber e a sua produção de conhecimento para a mitigação deste fenómeno”, apontou.
“As mesas redondas, os simpósios específicos e o congresso em si, programados para os próximos três dias, devem ser vistos como epicentros em torno dos quais circundarão ideias que contribuirão para o enriquecimento do nosso portefólio científico e que, no mesmo sentido, possamos retribuir individualmente com o saber de que dispomos, para as soluções demandadas pelo desafio das mudanças climáticas”, acrescentou.
Por sua vez, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, lembrou as perdas que o país tem sofrido nos últimos anos devido aos eventos climáticos extremos e assegurou que a instituição que dirige continuará a buscar e propor alternativas sustentáveis para o desafio urgente imposto pelas mudanças climáticas, que têm provocado recuos nos esforços de eliminação da pobreza e das desigualdades, afectando negativamente o progresso do país no alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
“É dentro deste contexto que se realiza a XII Conferência Científica, um espaço privilegiado onde a UEM pretende partilhar com académicos e a sociedade diferentes visões, novos desenvolvimentos científicos, alternativas e experiências de como enfrentar os desafios climáticos e garantir a sustentabilidade”, disse.
Afirmou que a Conferência tem lugar num momento importante da vida da Universidade, que é o início da implementação do Roteiro da Reforma Institucional visando transformar a instituição, de uma universidade centrada no ensino para uma universidade centrada na investigação, onde os processos de ensino-aprendizagem, extensão e gestão universitário são alicerçados na investigação.
XII-CC-Abertura-01A cerimónia de abertura contou uma palestra intitulada “Variabilidade climática e suas mudanças: passado, presente e futuro”, proferida pelo Professor Doutor Tércio Ambrizzi, da Universidade de São Paulo, Brasil. O académico apontou a ação humana na modificação do clima, relacionada com a industrialização, falta de saneamento, desmatamento e outros, que aumentam a emissão global de gases de efeito estufa.
Segundo disse, o aumento da temperatura tem como impacto o aumento na frequência e impacto de eventos climáticos extremos, tais como ondas de calor intenso, chuvas fortes e secas.
Destacou o papel da universidade na formação de jovens profissionais que irão liderar, num contexto de conhecimento, a luta contra as mudanças climáticas.
“A educação é o que temos de mais precioso para que nós, as universidades, e os tomadores de decisão possamos fazer com que os jovens sejam os líderes do futuro. A educação é primordial se queremos um futuro para as futuras gerações. Temos que estabelecer a conexão vital entre os humanos e o resto do mundo que nos sustenta. Somente com ações integradas entre governos, empresas e sociedade, com a governança correcta, iremos construir um mundo sustentável”, disse Prof. Ambrizzi.
A XII Conferência Científica conta com cerca de 600 comunicações e aborda áreas temáticas como Saúde; Recursos naturais e ambiente; Engenharia e inovação tecnológica; Produção agrícola, animal e florestal; Governação, economia e direitos humanos; Território, população e desenvolvimento; Cultura, sociedade, educação e informação; História, arquivos e memória; entre outros.

 

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