A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) está a redefinir o jogo da investigação científica e quer os seus técnicos administrativos na linha da frente da mobilização de fundos. A ideia é simples, mas poderosa: aproveitar o know-how dos profissionais do chamado Corpo Técnico Administrativo (CTA) para estruturar melhor os projectos de investigação e atrair mais financiamento.
A proposta foi lançada na Terça-feira (03/06), durante uma palestra que assinalou o Dia do Profissional de Recursos Humanos, celebrada sob o lema: “O Papel Estratégico dos RH na Reforma Institucional e na Transformação da UEM em Universidade de Investigação”.
O Prof. Doutor Hermínio Miambo, coordenador da reforma universitária, foi directo ao ponto: “recomendamos às faculdades que criem unidades internas de mobilização de recursos mais inclusivas, contemplando pessoas com mais conhecimento sobre orçamentação.”
A razão é clara: muitos projectos acabam reprovados não pela qualidade científica, mas pela fragilidade na parte administrativa, especialmente no que toca à gestão orçamental – um dos critérios mais rigorosos de avaliação dos financiadores.
O Vice-Reitor para Administração e Recursos, Prof. Doutor Joel das Neves Tembe, também entrou em cena, chamando a atenção para os desafios na gestão de pessoal: restrições no recrutamento, limitações em promoções e progressões. A solução? Apostar nas Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) para acelerar processos, melhorar a transparência e focar a actuação em resultados.
Por seu turno, o Director dos Recursos Humanos da UEM, Mestre Alcides Nobela, trouxe boas notícias: estão em curso reformas para dinamizar as mobilidades internas e as promoções do pessoal técnico. “Por exemplo, já tivemos o aval do Conselho de Direcção para desconcentrarmos a avaliação do desempenho dos funcionários, daí que algumas unidades orgânicas poderão avançar com a gestão electrónica do desempenho.”
Com estas medidas, a UEM pretende tornar-se não só uma universidade de excelência académica, mas também uma instituição moderna, onde técnicos e cientistas caminham lado a lado para transformar ideias em impacto.