Direcção de Cultura da UEM realizou, esta Quinta-feira, no Campus Principal, o Simpósio sobre vida e obra de António José Mariva, mais conhecido por Fanny Mpfumo, numa iniciativa que visa enaltecer a vida e obra daquele que é considerado embondeiro da música moçambicano.
O evento, que se enquadra na XII Conferência Científica, abriu espaço para reflexões académicas sobre as diferentes formas de preservar o trabalho artístico de um dos Reis de Marrabenta.
Na ocasião, a Directora de Cultura da UEM, Mestre Kátia Filipe, afirmou que as músicas de Fanny Mpfumo retratavam a realidade dos moçambicanos, apelando, assim, à necessidade de transformar a técnica musical em teoria para que a nova geração tenha matéria por estudar e aprender.
“Este simpósio tem por objectivo apresentar os trabalhos deste grande ícone, para inspirar musicólogos, pesquisadores das artes e comunidade académica a vasculhar as vivências do artista de forma a criar um repertório rico e acessível a todos”, disse.
Por sua vez, o investigador da Universidade de Lisboa, Prof. Doutor Mateus Pereira, disse, numa palestra intitulada “As muitas histórias do rei da rádio”, que o trabalho artístico de Fany Mpfumo transcende para outros géneros musicais.
“É possível ouvir excertos dos seus sons em outros estilos, com destaque para o pandza e o rap, tendo, por exemplo, a música de Kloro, Lunga e Slim Nigga”, destacou.
O investigador afirmou que, no meio académico, muitos jovens portugueses e norte-americanos têm mostrado interesse em estudar a vida e obra de Fanny Mpfumo, graças ao contributo de historiadores moçambicanos, como é o caso de António Sopa, que desenvolveram muitos trabalhos investigativos sobre a influência do artista na vida cotidiana.
“Nestes trabalhos, podemos notar que a vida e obra do artista nos permite conhecer o passado de Moçambique, sobretudo da capital, onde as pessoas aderiam bailes e espetáculos em massa para ouvir e dançar a marrabenta”, concluiu.
