Investigadores do continente africano, com ampla experiência em matérias de mudanças climáticas e redução de riscos de desastres naturais, estão a discutir, em Maputo, temáticas relevantes sobre riscos de desastres naturais nas disciplinas académicas, na 2ª Conferência sobre Mudanças Climáticas e Redução de Riscos na SADC.
O evento, que é organizado pela UEM, o Conselho de Pesquisas em Ciências Humanas (HSRC), o SANTAM e a University of the Free State, visa, igualmente, assistir os intervenientes locais, nomeadamente a academia, pesquisadores e outros intervenientes-chave, com novos conhecimentos no âmbito da sustentabilidade e redução de riscos naturais.
O investigador sénior do HSRC, Dr. Wilfred Lunga, explicou que um dos objectivos da conferência é juntar à mesma mesa pesquisadores de diferentes instituições de ensino superior a nível regional, para partilha das pesquisas realizadas no campo das mudanças climáticas, visando a mitigação de riscos e desastres naturais.
A escolha de Moçambique, para este encontro não deve-se ao facto de o país ser, de forma reiterada, severamente afectado por cheias e outras formas de desastres naturais, como consequência das mudanças climáticas. O mesmo cenário já ocorre um pouco por todo o país, sendo os mais recentes os ciclones Idai e Kenneth que, além de Moçambique, fustigaram países da região como Malawi e Zimbabwe.
Para o pesquisador sénior, a problemática das mudanças climáticas é conhecida, mas urge encontrar soluções locais e partilhar essas soluções com outros contextos similares ao nível da região. “Além de envolver instituições com as quais fazemos pesquisas, também envolvemos nos nossos trabalhos, as comunidades locais, principalmente aquelas que enfrentam a problemática dos desastres naturais, para que façam parte da solução”, disse.
Para a Directora-adjunta da Faculdade de Engenharia, Dra. Roxan Cadir, trata-se de uma oportunidade para se debater os resultados das pesquisas realizadas individualmente e, dessa forma, chegar-se a soluções sustentáveis e melhor desenvolvidas para a sua implementação pelas universidades da região.
Segundo a fonte, um dos desejos pretendidos é desenvolver sistemas de monitoria e aviso prévio destes eventos extremos por forma a reduzir os riscos de desastres naturais. “Se pudéssemos ter esses sistemas para informar a população, seria muito bom”, disse.
Referiu que o principal objectivo é produzir pesquisas que tragam soluções a médio e longo prazos, para os países da região austral do continente africano.
O evento, que decorreu nos dias 8, 9 e 10 de Novembro, juntou mais de 100 delegados e especialistas em mudanças climáticas, para debater sobre os actuais desafios da redução de riscos de desastres naturais e partilhar soluções ao nível da SADC.
