Pesquisadores da área da saúde de 34 países estão reunidos, em Maputo (1 a 3/08), no VI Simpósio Anual do Fórum Africano de Pesquisa e Educação em Saúde, com vista a encontrarem soluções para impulsionar o melhoramento da qualidade de cuidados de saúde em África, através da investigação, educação e capacitação institucional.
Moçambique foi designado, pela primeira vez, para acolher o evento essencialmente científico na área da saúde, como sinal de reconhecimento das instituições moçambicanas de ensino e de pesquisa, devido a sua contribuição na busca de soluções, através da pesquisa, para os problemas que afectam as comunidades do País, e da consolidação do prestígio, particularmente da UEM, como uma instituição de excelência na investigação.
A Cerimónia de abertura foi dirigida pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Doutor Daniel Nivagara, que, na ocasião, reiterou a aposta do Governo, ao financiamento à pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e à inovação.
O dirigente fez saber que de 2015 a 2020 foram financiados um total de 199 projectos, dos quais 15.08 por cento dizem respeito à área da Saúde, dentre os quais, 12 projectos foram financiados no âmbito da pandemia do Coronavírus (COVID-19).
Segundo Nivagara, o Governo está ciente de que o desenvolvimento científico não tem lugar sem a necessária valorização dos seus principais agentes, os Investigadores, por isso, aprovaram, em 2006, o Estatuto do Investigador Científico. “Este instrumento tem permitido a melhor integração do Investigador na Carreira de Investigação, traduzindo-se, igualmente, num mecanismo importante para o reconhecimento e/ou valorização do trabalho realizado por este grupo de profissionais”, disse.
O governante acredita que, com afinco e, seguindo as experiências e boas práticas internacionais, a aposta na formação do capital humano na área de saúde e na promoção de Sistemas Nacionais de Saúde sustentáveis, devem constituir o legado da AFREHealth.
Recomendou aos participantes do VI Simpósio, a dinamizarem a produção e partilha do conhecimento relativo a área da saúde; e que no campo da “Diplomacia em Saúde” mobilizem sinergias que permitam reforçar a modernização dos laboratórios das instituições de ensino superior e de investigação na área de saúde, em África, visando garantir a excelência das referidas instituições, bem como a melhoria na formação das futuras gerações de investigadores e outros profissionais da área de saúde.
Intervindo, o Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, assegurou a AFREhealth, o comprometimento da UEM, através da Faculdade de Medicina, a vanguarda na procura da excelência na pesquisa, no ensino e na prestação de serviços de investigação no domínio da saúde.
Lembrou que a Faculdade de Medicina é uma das unidades orgânicas da UEM que mais faz a investigação e que, parte dessa produtividade científica, é que sustenta o relativo sucesso nacional a internacional da instituição. “Assim, para a UEM, eventos como este não só servem para elevar o nome da instituição além-fronteiras como do País no seu todo. Por isso, a organização do VI Simpósio, também reforça o nosso objectivo de internacionalização”, disse.
Disse que o Simpósio tem lugar num momento em que a instituição encontra-se no processo da sua transformação em Universidade de Investigação (UdI) e onde o contexto das mudanças climáticas tem se tornado um dos focos da Universidade.
Em discurso de boas vindas, a Presidente do Fórum para Pesquisa e Educação em Saúde em África (AFREhealth), Profa. Doutora Elsie Kiguli, reconheceu a complexidade dos problemas que afectam a saúde em África, mas a organização acredita que só através da colaboração entre os profissionais da área da saúde se pode encontrar soluções efectivas para os diversos desafios africanos. “Somos uma organização Pan Africana que coloca os interesses do povo africano em primeiro”, frisou.
O VI Simpósio da AFREhealth decorreu sob lema “Atender as necessidades de serviços, pesquisas e educação no contexto da transição epidemiológica e das mudanças climáticas”, e juntou mais de 350 investigadores nas áreas de saúde e biociências, oriundos de África, Europa e EUA.
VI Simpósio Anual do AFREhealth: Pesquisadores debatem em Maputo soluções para melhoria dos serviços de saúde em África
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