Investigadores avaliam positivamente os resultados do Projecto FoRel, após cerca de três anos de implementação, assegurando que foi possível usar o teatro aplicado para colher percepções sobre mudanças climáticas nas comunidades costeiras.
Trata-se de uma iniciativa internacional, que iniciou em 2020, envolvendo o Centro de Resiliência da Universidade de Estocolmo, na Suécia, os departamentos de História e de Ciências Biológicas da Universidade Eduardo Mondlane, Universidade de Pwani e a Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, os dois últimos do Quénia.
Dadivo José, especialista em teatro-fórum e pesquisador do projecto, disse que foram apresentadas, na Ilha de Inhaca, algumas peças teatrais e espetáculos que aferiram o nível de percepção dos moradores sobre a preservação do meio ambiente e uso sustentável dos recursos naturais.
“O objectivo era perceber o que as pessoas pensam que está a acontecer com essas mudanças climáticas e como é que as interpretam, tendo em conta as suas crenças. Fizemos quatro viagens só para espectáculos em três bairros municipais, onde dialogamos com a população e, cada apresentação, tinha no mínimo 50 espectadores, tendo em conta as condições da Covid-19,’’ disse.
Para além de Inhaca, a iniciativa foi implementada na Ilha de Mombaça, no Quénia, numa técnica de teatro que reúne exercícios, jogos e outros métodos das artes cénicas, cuja direcção artística esteve a cargo de Dadivo José, também docente da Universidade Eduardo Mondlane, estudantes e membros da comunidade.