O Reitor da UEM, Prof. Doutor Manuel Guilherme Júnior, defendeu a necessidade de diversificar e intensificar a cooperação com instituições académicas e não-académicas, explicando que esta estratégia pode criar condições para uma crescente participação de novos actores e identificação de novas modalidades de cooperação e de financiamento, que são cruciais principalmente no âmbito de transformação em Universidade de Investigação.
O dirigente falava esta Terça-feira (05/12), no Campus Principal, por ocasião do Encontro de Cortesia com Parceiros Estratégicos de Cooperação, um evento que acontece anualmente nesta instituição de ensino superior, visando permitir a partilha de perspectivas sobre os caminhos que a UEM está a percorrer na actualidade.
Explicou que o processo de transformação na qual a Universidade decidiu embarcar, pela sua natureza abrangente e longitudinal, requer, por um lado, uma mobilização interna massiva e, por outro lado, uma mobilização de toda a sociedade, no sentido de legitimar e apoiar as propostas da mesma.
“Porém, apoiar o processo de transformação em curso representa um investimento estratégico, dado o seu impacto imediato e futuro na potenciação das capacidades internas de busca de respostas locais aos desafios globais, para além de possibilitar a partilha dos benefícios. Por exemplo, Moçambique é dos países mais afectados pelas mudanças climáticas. Mas tanto o conhecimento como a coordenação dos esforços para responder a esse desafio continuam aquém do desejado e ideal”.
Destacou que a UEM pretende ser um hub na produção do conhecimento e criar inovações sobre o assunto de mudanças climáticas bem como treinar mais pessoas à volta da matéria, incluindo quadros das ONGs e do Estado.
“Ao embarcar neste sonho, a UEM valeu-se do seu potencial sem igual no contexto nacional, pois concentra o maior número de especialistas e de estudantes de graduação e pós-graduação em Moçambique, para além de ser detentora da maior capacidade de infraestruturas de investigação científica (tais como laboratórios) e estar representada em quase todo o território nacional”.
No Encontro, o Reitor afirmou que a UEM conta com uma massa crítica de aproximadamente 50 mil estudantes, dos quais 45 mil são de graduação e os restantes da pós-graduação, cerca de 1.750 docentes e investigadores e 2.500 membros do Corpo Técnico-Administrativo.
“Deste universo de 1.750 docentes, 27% possuem o grau de Doutor, 42 % de Mestre e 31% de Licenciado. Como se pode notar, a UEM continua a fazer o investimento necessário para atingir a proporção mínima de 2/3 do corpo docente com o grau de Doutor, conforme estabelecido na Lei do Ensino Superior. É neste sentido que continuamos a promover a formação, com apoio do Governo de Moçambique e de parceiros de cooperação, como o Governo da Suécia, através do Programa ASDI, e o Governo do Reino dos Países Baixos, entre outros”.
Na vertente de investigação, assegurou que a Universidade possui cinco áreas científicas, nomeadamente ciências básicas e aplicadas, ciências sociais e humanas, ciências médicas, ciências veterinárias e agroflorestais, ciências de tecnologia e arte.
“Nestas áreas científicas, vistas de forma global, contamos, actualmente, com mais de 600 projectos activos e temos estado a ser desafiados com a redução do financiamento à investigação por parte de alguns organismos internacionais, resultante de tendências internacionais negativas, incluindo um quadro geopolítico instável (por exemplo, a Guerra Rússia-Ucrânia e, mais recentemente, a guerra Istrael-Hamas, no Médio Oriente)”.
No concernente às actividades de investigação, referiu que a instituição contempla uma forte componente de inovação e transferência de conhecimento para as comunidades, através de vários trabalhos de extensão, levando para as comunidades os resultados das actividades de investigação e inovação.
“Importa destacar que, este ano, a Comunidade Universitária tem motivos de sobra para celebrar, e um deles será, com certeza, o facto de a UEM ter recebido um merecido reconhecimento, ao ser classificada em vários rankings de Instituições de Ensino Superior, com uma pontuação positiva. Orgulha-nos saber que a nossa Universidade, que é também vossa parceira, é a única em Moçambique e entre os países africanos falantes de Língua Portuguesa que mereceu esta distinção”.
Manuel Guilherme Júnior disse que, no âmbito dos trabalhos levados acabo para a transformação em Universidade de Investigação, valeu a admissão, neste presente ano, na Aliança das Universidades de Investigação de África, um feito que, no seu entendimento, resulta do esforço de toda a Comunidade Universitária.
“Estas distinções aumentam a nossa responsabilidade, como gestores, investigadores, docentes, CTA e estudantes, na busca de respostas, cada vez melhores, aos desafios do mundo em geral, de África e de Moçambique, em particular”, reconheceu.