A redução do efectivo paramilitar que faz a fiscalização das áreas de conservação na Ilha
de Inhaca pode comprometer a preservação da biodiversidade, alerta o Chefe da EBMI,
Prof. Doutor José Bombo, uma vez que, ao longo do tempo, muitos foram para a reforma e outros perderam a vida, mas nunca foram substituídos. Actualmente, a fiscalização não é efectiva, havendo já locais com deficiência de fiscalização.
Explicou que grande parte das áreas de conservação está localizada junto à costa e são muito pretendidas e extremamente importantes para a preservação da própria
Ilha, da necessidade de colocar, nesses lugares, uma força de fiscais e patrulhamento, por forma a evitar actividades nocivas. Dombo garantiu que existe um esforço
muito grande por parte do contingente que opera na Ilha para cobrir, em tempo real,
todos os pontos, mas lamenta a ausência de meios circulantes, de modo a garantir a locomoção dos fiscalizadores.
Todavia, a EBMI mantém uma boa relação com a população local e com as autoridades
tradicionais, com os quais tem realizado actividades de conservação e campanhas de
educação ambiental sobre a importância de preservação da Ilha e dos seus ecossistemas.
Fez saber que 20 por cento das taxas provenientes da actividades turísticas são revertidas a favor da população local.
Além da reabilitação das infraestruturas, o projejecto prevê o apetrechamento do dormitório e do refeitório. O Chefe da Estação de Biologia Marítima
de Inhaca, Prof. Doutor José Dombo, explicou que se trata de infraestruturas muito
antigas, construídas em 1951, e que representam um simbolismo histórico para Estação e para Ilha, pelo que, se desaconselha a sua destruição total. Da avaliação feita, constatou-se que a estrutura dos edifícios ainda se encontra em bom estado. “Quem passou por aqui há 40 ou 50 anos sabe que os edifícios são esses, não podemos destruir, mas também constatamos que a estrutura ainda está muito forte”, garantiu. O Coordenador do Projecto ManGrowth, da Agência Italiana de Cooperação, Doutor Paolo Ramoni, disse que a sua instituição, ao financiar a reabilitação dessas infraestruturas, está a contribuir para o desenvolvimento da pesquisa e educação, bem como na conservação da Biodiversidade. Referiu que o projecto que coordena, o ManGrowth, prevê a realização de escolas de verão, através do qual virão a Moçambique professores internacionais para ensinar a estudantes moçambicanos e italianos e cujas aulas teóricas e práticas terão lugar na EBMI, pelo que, a reabilitação dos dormitórios se afigura fundamental para acolher a iniciativa. A entrega das obras está prevista para o dia 11 de Novembro e serão fiscalizadas pela Direcção de Infraestruturas e Manutenção
da UEM (DIM).
