A Faculdade de Engenharia e a Associação Moçambicana dos Panificadores (AMOPÃO), assinaram, ontem (24/08), um Memorando de Entendimento, com vista a estabelecer termos e condições que vão reger as relações de cooperação no âmbito da implantação da fase piloto do Projecto Mozbriquete, financiado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A iniciativa visa promover a produção e uso de briquetes, a partir da biomassa, como alternativa à lenha
O projecto tem como objectivo promover tecnologias de energias renováveis, através da investigação científica, demostração, capacitação e divulgação de projectos de produção e uso de energias de forma eficiente e benigna para o meio ambiente em Moçambique e a criação de novos postos de trabalho.
Na ocasião, o Director da Faculdade de Engenharia, Professor Doutor Diniz Juízo, referiu que o uso das energias renováveis é um dos aspectos que, actualmente, preocupam o mundo, e colocado como uma das acções que os governos precisam ter em conta e encontrar soluções que promovam o emprego a nível das comunidades.
“Esta iniciativa tem também esta componente de reduzir o desperdício, ao mesmo tempo que se fomenta o emprego para os jovens. A Faculdade de Engenharia tem desenvolvido diversos projectos de investigação, alguns com aplicação imediata no sector de produção como é esse dos compressados de resíduos sólidos de biomassa, os briquetes, que já vêm sendo usados em outras partes do mundo. Mas, em Moçambique, nós ainda não temos o seu fomento, e pensamos que o facto da AMOPÃO aceitar ser o parceiro pode ser uma forma de divulgação, para que o mercado desperte para este recurso importante que é desperdiçado”, referiu.
Por sua vez, o Presidente da AMOPÃO, Victor Miguel, disse que grande parte das indústrias de panificação em Moçambique ainda depende de recursos lenhosos para alimentar os seus fornos para a produção de pão e, nos últimos anos, tem sido muito difícil adquirilos, para além de ter custos elevados.
“Nesta perspectiva, o presente Memorando de Entendimento é um garante de que o pão não faltará à mesa dos moçambicanos por falta da lenha. Esperamos ainda que o memorando que acabamos de assinar seja um instrumento que contribui não só para combater o abate descontrolado da floresta, mas também para reduzir os custos de produção do pão, com a baixa do preço dos substitutos da lenha”, disse. De referir que o memorando abrange a investigação científica, com vista à valorização da biomassa, optimização e teste de equipamentos de produção de briquetes, sua comercialização, entre outros.
