Alguns agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) irão beneficiar, nos próximos dias, de uma formação em Técnicas de Recolha e Processamento Analítico de Evidências nos crimes contra a biodiversidade, oferecida pelo Centro de Biotecnologia da UEM.
A informação foi revelada, esta Terça-feira, pelo Director do CB-UEM, Prof. Doutor Joaquim Saíde, por ocasião da realização do seminário sobre estratégias de combate aos crimes ambientais, organizado por esta unidade orgânica da Universidade Eduardo Mondlane, em parceria com a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS).
Explicou que o país continua a enfrentar sérios problemas de crimes contra a biodiversidade, o que justifica a necessidade de se desenhar novas estratégias para combater este mal que compromete o bem-estar dos animais.
“As técnicas actualmente usadas para estancar este crime não ajudam e, muitas vezes, as autoridades não conseguem condenar os autores por falta de provas contundentes, por isso que, este seminário, é inicio de uma formação que será oferecida aos nossos colegas do SERNIC”, referiu.
Por seu turno, o Director Geral-adjunto do SERNIC, Fernando Francisco, afirmou que os crimes contra a biodiversidade têm fortes ligações com crimes organizados transnacionais, branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, cujas consequências são desoladoras na sociedade, economia, segurança e no equilíbrio ecológico.
“É neste contexto que os crimes contra a biodiversidade têm merecido muita atenção e todos sabemos que Moçambique está na lista cinzenta desde o ano 2021. O país tem desencadeado várias acções, em colaboração com as outras organizações não-governamentais, como a aprovação e aprimoramento de instrumentos legais bem como o investimento na capacidade institucional”.
Acrescentou que os esforços envidados por diversas organizações parceiras, como é o caso do Centro de Biotecnologia, têm contribuído significativamente para a redução dos crimes contra a biodiversidade no país.
“No entanto, persistem desafios em travar a destruição de muitos ecossistemas. A caça furtiva, o comércio e posse ilegal dos produtos da fauna e flora obedecem a uma cadeia complexa ligada a criminalidade organizada, por isso, urge a necessidade de aperfeiçoamento constante para uma resposta célere a este fenómeno”, disse.
O representante da AICS, Paolo Misté, disse que a formação dos investigadores do SERNIC visa garantir a preservação da biodiversidade, por isso que, a sua organização, irá continuar a apoiar os actores envolvidos no acto.
Para estancar crimes contra a biodiversidade: Centro de Biotecnologia forma agentes do SERNIC
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